Os Mestres da qualidade


A evolução da qualidade não teria sido possível sem a contribuição dos “Mestres da Qualidade ou Gurus” Shewhart, Deming, Juran, Feigenbaum, Crosby, Ishikawa, dentre outros.

PHILIP B. CROSBY desenvolveu o programa ZERO DEFEITO, entendido inicialmente como um programa de incentivo aos trabalhadores, definido por ele como “fazer aquilo que concordamos, quando concordamos fazê-lo. Significa fazermos requisitos claros, treinamento, uma atitude positiva e um plano”. (CROSBY, 1990)
Ficou famoso como Diretor de Qualidade da MARTIN COMPANY, que construía mísseis Pershing, descobriu que poderia entregar itens de alta qualidade somente através de um programa de inspeção rigorosa e da então chamada engenharia de confiabilidade. Com incentivos aos funcionários como recompensa na diminuição de defeitos a empresa conseguiu entregar um míssel perfeito e bem antes do prazo acordado.
Os quatro princípios absolutos da Gestão da Qualidade:
  • Qualidade é definida como conformidade aos requisitos;
  •  Sistema que leva à qualidade é a prevenção;
  •  Padrão de execução é zero defeito;
  •  A medida da qualidade é o preço da não-conformidade

Os passos para implantação são:
  •  Comprometimento com a qualidade;
  •  Grupo de Melhoria da Qualidade;
  •  Mensuração;
  •  Custos da qualidade;
  •  Consciência;
  •  Ação Corretiva;
  •  Planejamento “zero defeito”;
  • Educação do empregado;
  •  Dia do Zero defeito;
  •  Estabelecimento da causa do erro;
  •  Reconhecimento;
  • Conselhos de qualidade
  •  Fazer tudo de novo (perpetuação da qualidade)

Willian Edwards DEMING o mais conhecido guru da Qualidade, conheceu Shewhart que lhe mostrou o que era controle estatístico. Apesar de ser americano foi ministrando palestras no Japão, para líderes da indústria, que ficou conhecido.
Posteriormente, no Japão, foi criado o Prêmio Deming, que tem como princípio três crenças básicas: constância de finalidade, melhoria constante e conhecimento profundo.
Os 14 pontos para a gestão:
1.       Criar constância de propósitos através da melhoria de produtos e serviços, com o objetivo de tornar-se competitivo, de permanecer no negócio e oferecer empregos.
2.       Adotar a nova filosofia.
3.       Acabar com a dependência da inspeção para atingir qualidade.
4.       Cessar a prática de fechar negócios com base apenas no preço;
5.       Melhorar constantemente o sistema de produtos e serviços para melhorar a produtividade e assim diminuir os custos;
6.       Instituir o treinamento na função;
7.       Instituir a liderança, a liderança deve ajudar as pessoas, máquinas e sistemas a trabalharem melhor;
8.       Eliminar o medo, de maneira que todos trabalhem mais efetivamente com a empresa;
9.       Eliminar barreiras entre os departamentos;
10.   Eliminar Slogans;
11.   Eliminar padrões de trabalho no chão de fábrica;
12.   Eliminar as barreiras que tiram do trabalhador o direito de se orgulhar do seu trabalho;
13.   Instituir um programa vigoroso de educação e treinamento;
14.   Fazer com que todos, na empresa, trabalhem no sentido de se alcançar a transformação.

Armand V. FEIGENBAUM foi o responsável pela criação do conceito de Controle da Qualidade Total definido como um sistema eficiente para a integração do desenvolvimento da qualidade dos diversos grupos de uma organização que levem em conta a satisfação total do consumidor.

Kaoru ISHIKAWA  atuando intensamente com o Controle de Qualidade Total, utilizou amplamente a teoria, princípios e técnicas de controle da qualidade, atividades de controle da qualidade e atividades de padronização.
Passos para a implantação segundo Ishikawa:
1.       A alta direção deverá estudar e dominar todos os tópicos relativos ao assunto
2.       Delinear claramente os objetivos visados pelo TQC
3.       Estabelecer a diretriz da qualidade
4.       A cúpula deve exercer liderança
5.       Planejar a educação e o treinamento a longo prazo
6.       Acionar o ciclo PDCA, tanto para a qualidade como para a sua gestão
7.       Definir as responsabilidades individuais face à garantia de qualidade
8.       Estabelecer estrutura funcional adequada para a gestão do TQC
9.       Considerar sempre o estágio subseqüente do trabalho como cliente do precedente
10.   Romper a situação atual.

Joseph M. JURAN na sua visão considera a estatística como uma mera ferramenta e que os componentes principais de um processo de qualidade são:
  •  Comprometimento da alta gerência
  • O treinamento de todos os funcionários para melhorar a qualidadeA melhoria rápida da qualidade, até mesmo de uma forma revolucionária.


Baseada na análise de FLOOD, R.L., Beyond TQM. Willey, 1993, segue abaixo as principais forças e fraquezas de alguns “mestres” da qualidade


Guru da Qualidade
Forças da Abordagem
Fraquezas da Abordagem
Feigenbaum
·         Fornece a abordagem total ao controle de qualidade
·         Enfatiza a importância da administração
·         Inclui idéias de sistemas sócio-técnicos
·         Promove participação de todos os funcionários
·         Não faz discriminação entre diferentes contextos de qualidade
·         Não reúne diferentes teorias da administração em um todo coerente
Deming
·         Fornece lógica sistemática e funcional  que identifica estágios de melhoria da qualidade
·         Enfatiza que a administração antecede a tecnologia
·         Liderança e motivação são reconhecidas como importantes
·         Enfatiza o papel dos métodos estatísticos e quantitativos
·         Reconhece os diferentes contextos do Japão e da América do Norte

·         Plano de ação e os princípios metodológicos são, as vezes, vagos.
·         A abordagem de liderança e motivação é vista por alguns como idiossincráticas (própria de cada pessoa)
·         Não trata situações políticas ou coercitivas
Juran
·         Enfatiza a necessidade d e deixar de lado a euforia exagerada e os slogans de qualidade
·         Destaca o papel do consumidor e do consumidor interno
·         Destaca o envolvimento e o comprometimento da administração
·         Não s relaciona a outros trabalhos sobre liderança e motivação
·         Para alguns, desconsidera a contribuição do trabalhador ao rejeitar iniciativas participativas
·         Visto como sendo mais forte em sistemas de controle do que nas dimensões humanas das organizações
Ishikawa
·         Ênfase forte na importância da participação das pessoas no processo de solução de problemas
·         Oferece um composto de técnicas estatísticas e de orientação para pessoas
·         Introduz a idéia de círculos de controle da qualidade
·         Parte de seu método de solução de problemas
·         Não lida adequadamente com a passagem das idéias para a ação nos círculos de qualidade
Taguchi
·         Abordagem que trata a qualidade desde o estágio de design
·         Reconhece a qualidade como assunto da sociedade, além de organizacional
·         Os métodos são desenvolvidos para os engenheiros práticos em dez de estatísticos teóricos
·         Forte em controle do processo
·         De difícil aplicação quando o desempenho é difícil de medir (Serviços)
·         A qualidade é controlada principalmente por especialistas em vez de gerentes e operários
·         Considerado, geralmente, fraco para motivar e administrar pessoas
Crosby
·         Fornece métodos claros e fáceis de seguir
·         A participação do trabalhador é reconhecida como importante
·         Forte em explicar a realidade de qualidade e em motivar as pessoas a iniciar o processo de qualidade
·         Visto por alguns como culpando os trabalhadores pelos problemas de qualidade
·         Visto por alguns como enfatizando slogans e lugares comuns
·         Insuficiente ênfase nos métodos estatísticos

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